domingo, 31 de maio de 2009

A incontestável Importância das Caixas

A Incontestável Importância das Caixas
(Tese)


A caixa foi uma das maiores invenções da humanidade, comparável mesmo à invenções como a da roda, da agricultura, da cerveja; não, da cerveja não – a invenção da cerveja foi um lampejo Divino na cabeça de um mortal.
Reparando bem, a maioria das coisas são caixas: nossas casas, os meios de transporte, os computadores, a televisão, os rádios, os saleiros (não se prenda à configuração da imaginação que quando é pronunciada a palavra caixa representa logo um quadrado, as caixas têm várias formas).
Parece que tudo está contido em caixas, não estou falando de coisas evidentes como o ar, a natureza, etc..., refiro-me às outras coisas. O Cavalo de Tróia era uma caixa enorme e que guardava um exército colocado lá para dar fim a uma guerra motivada pelo amor a uma mulher. A Arca de Noé era uma caixa imensa que flutuava e que tinha a capacidade de conter todas as espécies vivas do planeta. As caixinhas de música onde rodam pequenas bailarinas são caixas.
Os ventres maternos, os ovos, são esplêndidas caixas que contêm vida, abrigando-a, protegendo-a até o nascimento. O peito é uma caixa, a caixa torácica que contém o coração do poeta, coração esse, outra caixa que contém os amores do poeta e que está sujeita a descompassos espasmódicos ante a aproximação da mulher amada. A cabeça é uma caixa, a caixa craniana que contém o cérebro do poeta que não pode conter o pensamento na mulher amada, e neste caso tem a forma de um baú com a tampa meio aberta transbordando o que não pode conter.
Os prédios, as salas, as gavetas, as empadas, as geladeiras, o bondinho do Pão-de-Açúcar; o que são os ônibus espaciais, se não caixas que levam homem e tecnologia para fora da atmosfera? Tecnologia que possivelmente criará mais caixas que servirão de ponto de partida do homem na colonização de outros planetas.
Existem caixas que contêm presentes, que são rasgadas por mãos havidas a conhecer o que a caixa guarda sem notar a importância do objeto que protege o conteúdo, e existem outras caixas que são mais bonitas do que os presentes nelas contidos.
Por tudo isso, quando você receber uma caixa, mesmo que vazia, pense que a caixa pode ser o presente e o vazio da caixa pode representar quase tudo no mundo.

2 comentários:

  1. Milton não encontrei sua postagem no meu blog

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  2. Tá aí...adorei a tese...Principalmente os argumentos! Coerente,bem coerente...

    Ótimo escrito!!!!

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